Aline Bosio
|
Instalado no bairro do Alvarenga, junto ao antigo lixão, o espaço terá aproximadamente 30 mil metros quadrados e custará cerca de R$ 220 milhões. Os investimentos serão feitos por meio de uma PPP (Parceria Público-Privado).
O coordenador de projeto Elcires Pimenta Freire, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, explica que o parque será responsável pela triagem e separação dos resíduos, compostagem e produção de biogás, mas destaca que apenas o que não puder ser reaproveitado será destinado à incineração.
“O atual programa de coleta se letiva será ampliado e o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos proporcionará a utilização até da fração orgânica. Só será usado para a incineração, ou seja, para a produção de energia, aquilo que não puder ser reaproveitado neste processo”, conta. Essa energia limpa poderá ser comercializada no mercado empresarial ou até mesmo aplicada para redução de custos, por exemplo, na iluminação pública.
De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a incineração de um quilo de lixo é suficiente para manter um secador de cabelo funcionando por 24 minutos, para um computador ficar ligado por cinco horas ou para um ferro elétrico ficar aquecido por 43 minutos.
São Bernardo tem atualmente pouco mais de 810 mil habitantes, que são responsáveis pela produção de cerca de 650 toneladas de resíduos por dia. Atualmente São Bernardo recicla apenas 1% dos materi ais. Como o novo sistema de reaproveitamento o objetivo é reciclar, no mínimo, 10%, além de criar pelo menos mais quatro centrais de reciclagem, ampliando assim o trabalho das cooperativas.
O secretário de Planejamento Urbano e Ação Regional, Alfredo Luis Buso, afirma que esta nova estratégia é fundamental para a cidade diminuir os passivos ambientais. “O maior ganho ambiental para a cidade será o fato de não termos mais de enterrar nosso lixo, além de fortalecermos a reciclagem e produzir uma energia limpa, assim como acontece atualmente em países da europa”, completa.
Já o prefeito Luiz Marinho ressalta que o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos desenvolvido na cidade será pioneiro no País por englobar não só a incineração, mas a triagem dos materiais e a produção de biogás. Além disso, comemora o fato de ser uma ação importante para o meio ambiente e para a economia da cidade.
O objetivo, s egundo ele, é diminuir pela metade os gastos com a destinação final do lixo, que hoje é enviado para o aterro Lara, em Mauá, com um custo médio anual de R$ 14 milhões. “Este é um projeto que trabalha a questão ambiental, mas que também precisa ser economicamente viável. Ele não pode ser mais caro que o atual. Esta nova tecnologia nos trará ganhos ambientais e econômicos. A cidade só tem a ganhar com isso”, finaliza.
O comandante do Paço também não descartou a participação das cidades vizinhas no projeto, entretanto, afirmou que um debate no Consórcio Intermunicipal vai depender do interesse dos demais prefeitos.
Nos próximos dias será disponibilizada no site da Prefeitura uma consulta pública onde os interessados em conhecer o projeto poderão fazer criticas e dar sugestões. Somente após a avaliação da Prefeitura dessas contribuições, o edital de convocação da empresas que desejarem participar será lançado. O númer o de empregos gerados com a implantação do parque será definido de acordo com a tecnologia empregada pela empresa vencedora do certame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário