segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Prefeitura paulistana quer montar aterro sanitário em reserva ambiental

Prefeitura paulistana quer montar aterro sanitário em reserva ambiental
28/05/2010 - Márcia Garçon / Associação Mais Vida, Menos Lixo

A prefeitura de São Paulo pretende implantar o maior aterro sanitário do mundo no Morro do Cruzeiro, na região de São Mateus, divisa com Mauá. O Morro do Cruzeiro é o segundo ponto mais alto da cidade, de onde se pode contemplar toda a extensão da cidade e as elevações da Serra do Mar. Segundo o Plano Diretor Estratégico essa reserva é uma Zepam - Zona Especial de Preservação Ambiental, dentro da qual estão as nascentes do Córrego Aricanduva e de pequenos afluentes do Rio Tamanduateí.

Portadora de uma vegetação densa, a área abriga espécies da fauna e da flora que estão ameaçados de extinção. Essa reserva integra também o Cinturão da Reserva da Biosfera, um tratado internacional que objetiva proteger os serviços ambientais oferecidos pelos ecossistemas à população dos grandes centros urbanos. “Apesar de ser protegida por diversas Leis municipais e federais, a área está correndo o risco de ser totalmente destruída para dar lugar a depósitos de lixo”, alerta Vicente Pimenta, um dos organizadores do Movimento Mais Vida, Menos Lixo.

O Movimento Mais Vida, Menos Lixo reúne moradores das comunidades do Jd. Sto. André, Pq. das Flores, Iguatemi, Conquista, Terceira Divisão, Recanto Verde Sol e Jd. Zaíra e tem o apoio da Pastoral da Ecologia de SP, Pastoral do Meio Ambiente de Itaquera, Associação Solidária de Itaquera, , Grupo Metropolitano Paulista da Agenda 21, Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros, Defensoria da Água e Projeto ViraLata.

Eles estão recolhendo assinaturas para abaixo-assinado contra o aterro sanitário, que está sendo contestado também pelo Ministério Público Federal, que pediu liminar contra as obras. Wilson Santos, fundador do Projeto Vira Lata que atua com coleta seletiva há 15 anos, afirma que o lixo é uma questão séria, urgente e a Prefeitura não vai resolver a questão com aterro sanitário. “Aterro sanitário tem um ciclo de vida de apenas 10 anos, por isto, esta solução é paliativa e não resolve”, afirma. “A luta pela preservação do Morro do Cruzeiro passa pelo debate sobre o sistema de coleta e destinação dos resíduos sólidos da cidade”.

“Defendemos os princípios dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem), integrando as cooperativas de catadores nos serviços de coleta seletiva”, diz o fundador do ViraLata. “Resíduos sólidos são matérias-primas que, ao voltar à indústria, preserva o meio ambiente, aumenta o ciclo de vida dos aterros e gera trabalho e renda aos catadores”, conclui Santos.
 

Descaso como meio ambiente de São Mateus

  
Fala em meio ambiente é fácil, porém, tomar providências cabíveis para que o meio, ao nosso redor, seja tratado com respeito é mais complicado. E é por essas e outras que Hamilton Clemente Alves, presidente do Movimento Ambiental Cultural Ecológico da região, tem uma série de queixas para fazer em relação ao trabalho da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da subprefeitura de São Mateus.

Para quem não sabe, a região leste conta com várias ONGs a fim de ajudar e fiscalizar os investimentos e trabalhos ambientais que visam a melhoria. Entretanto, muitos trabalhos são ignorados e muitos projetos não saem do papel, já que, segundo Alves, essa autoridade estadual não dá a devida atenção aos problemas do meio ambiente na região.

“A Secretaria do Verde e Meio Ambiente parece não dar ouvidos às reivindicações das autoridades e do povo da nossa região, se quer nos dão uma resposta sobre algum pedido nosso”, diz o presidente.

Alves afirma que entidades estão descontentes por conta do descaso das fiscalizações da prefeitura. Com isso, vários espaços públicos, como o Morro do Cruzeiro, em São Mateus, por exemplo, vem sofrendo degradação, com a invasão e ocupação ao longo do Morro.

“Existe uma tal de Guarda Verde que é para conter essas ocupações, os desmatamentos, mas, não vemos isso. Eu, particularmente, nunca vi essa viatura por aqui”, comenta Alves.

Segundo as ONGs da região, muitas coisas simples podem ser feitas para dar o real respeito ao meio ambiente, porém, tudo esbarra no descaso da Secretaria do Meio e Verde Ambiente.

“Nós só vemos a Secretaria proibir corte de árvores, multar as pessoas, mas, conter a ocupação, a invasão, que degrada a nossa região, nada. É um abandono só”, diz Alves.

Para se ter uma ideia de como o Morro do Cruzeiro vem sofrendo com esse descaso, Alves nos diz que em torno do Morro já podem ser vistas muitas casas e ninguém faz nada para impedir isso. Segundo ele, quem cuidava dessa parte, por conta própria e amor à natureza, era o Sr. José, que tinha uma Chácara, ponto de parada obrigatório antes de subir o Morro, assassinado no local por ladrões de carro.

“O Sr. José é um defensor incansável do Morro do Cruzeiro. Ele fazia de tudo para que todos respeitassem, dava orientações para não degradarem o espaço público e sempre foi muito simpático com todos os que passavam ali”, comenta o presidente.

Segundo ele, agora que o Sr. José morreu, a família luta para que a Chácara se torne um ponto de visitação, o que era um sonho do Sr. José que tanto fez por aquele Morro.

“Muitas autoridades já foram atendidos por Sr. José e sabem do amor que ele tinha por aquele Morro. Nada mais justo tornar sua Chácara um ponto de visitação, entretanto, a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, na pessoa do Sr. Hélio Neves, não autoriza isso”.

Segundo o presidente, eles gostariam de saber o porquê? Já que essa obra não acarretaria em gasto nenhum para a Prefeitura.

“Ele nunca veio aqui e sempre o chamamos para reuniões. Ele nunca comparece, não dá a mínima para o nosso pedido. Não queremos nada demais, é um pedido de toda população de São Mateus, não custa nada atender. Parece que não gosta da gente e, pior, não nos dá a atenção que nos é cabida”, conta Alves com profunda indignação.

“Outro descaso é o lixão ao céu aberto que vem se formando na Av. Sapopemba. Será que ninguém vê isso?”, indaga Alves.

E continua. “Tivemos muito apoio da subprefeitura de São Mateus na época do Dr. Clóvis, mas, agora, precisamos continuar e ninguém nos dá ouvidos”, conta o presidente.

Segundo ele, toda subprefeitura tem que ter um conselho para o meio ambiente, mas, eles não dão poder a ele, ou seja, nada acontece ou sai do papel.
O problema da reciclagem também é outra reivindicação do povo. É fácil pedir para o povo reciclar, mas, o destino do resíduo reciclado vai para onde? Ninguém do poder público recolhe e isso desestimula o povo.

Alves finaliza pedindo uma atenção maior das autoridades e registra sua indignação com o poder público que, segundo ele, só sabe ir no bairro para pedir voto e depois some, como se nada tivesse acontecido.

sábado, 25 de setembro de 2010

Resíduos Sólidos Urbanos- Os Códigos da Reciclagem de Plástico





Existem símbolos específicos, gravados nas embalagens ou nas peças dos diferentes plásticos, o que facilita o tipo de reciclagem a fazer. Os plásticos são representados por um triângulo equilátero composto por três setas e um numero de identificação ao centro.

Código de Designações
Reciclagem

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MEIO AMBIENTE, CIDADANIA E PAZ – Proposta de Resolução sobre Meio Ambiente: 7º Congresso do CPERS


7º Congresso do CPERS Sindicato – 30/07 a 01/08/2010
2010 – Ano Internacional da Biodiversidade
Os graves problemas ambientais que atualmente se apresentam como a grande ameaça ao futuro da humanidade são provenientes do modelo de exploração dos recursos naturais implantado com a Revolução Industrial e o fortalecimento do capitalismo como sistema político e econômico.
A exploração sem limites da natureza, a expansão do consumo e consequente produção de resíduos podem tornar improdutivas e inabitáveis amplas áreas territoriais, alterando as paisagens, contaminando os recursos hídricos e inviabilizando a produção de alimentos saudáveis. A contaminação das águas continentais e oceânicas, do ar e do solo por fertilizantes nitrogenados é um dos graves problemas causados pela agricultura industrial. A substituição de áreas nativas por florestas exóticas afeta negativamente a macro e a micro biodiversidades, tornando os solos improdutivos e concentrando a propriedade das terras. As mudanças e alterações climáticas são inevitáveis e as catástrofes daí decorrentes originam refugiados ambientais que literalmente não tem para onde ir.

Irresponsabilidades como a da BP e governo dos USA no Golfo do México é mais um episódio que demonstra a falta de planejamento e de compromissos das corporações e governos com a natureza. A esperança dos capitalistas e mega empreendimentos está nas novas tecnologias como a biologia sintética, a nanotecnologia e a geoengenharia como resposta aos problemas ambientais. A COP-15 (15ª Conferência das Partes da ONU, Copenhague, dezembro/2009) em que 184 países estiveram presentes, foi um fracasso para o futuro e um retrocesso em relação ao Protocolo de Kyoto de 1997.
Considerando a urgência de alterar as relações de produção e consumo e preservar para as futuras gerações um ambiente saudável e com condições de suprir suas necessidades de sobrevivência, os Trabalhadores em Educação presentes no 7º Congresso do CPERS Sindicato assumem como sua responsabilidade a luta por um ambientalismo coerente e engajado na construção de um novo modelo de sociedade, solidária, democrática e sustentável, em que o crescimento econômico e tecnológico esteja vinculado ao desenvolvimento social, cultural e ético dos seres humanos. A Educação Ambiental não pode ser acessório de ações, atitudes e mecanismos imediatistas e simplificados que se tornam auxiliares do mercado. Deve ser preventiva, internacionalista e presente em todos os níveis de ensino, possibilitando a construção da autonomia humana e das sociedades como protagonistas do futuro. As questões ambientais devem ser anexadas às reivindicações, lutas e mobilizações com um caráter anticapitalista e revolucionário, estando presente nos projetos políticos das organizações dos trabalhadores e seus aliados (sindicatos, centrais sindicais, estudantes, movimentos de desempregados, sem tetos, sem terras, pequenos agricultores, indígenas, movimento negro, etc.).
Proposta de Resolução apresentada por Antonio Silvio Hendges [E-mail: as.hendges{at}gmail.com], Professor de Biologia e Agente Educacional no RS

Análise: ‘Pontos altos e baixos da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos’


A proibição da importação de resíduos perigosos e rejeitos cujas características causem dano ao ambiente e à saúde

27 de julho de 2010 | 23h 33

Elisabeth Grimberg - Diretora da área de ambiente urbano do Instituto Pólis
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 7 de julho pelo Senado, tem aspectos positivos e negativos. Entre os positivos eu destacaria, em primeiro lugar, o fato de que o texto aprovado é enxuto e enfatiza a redução, o reúso e o reaproveitamento. As diretrizes acenam com incentivos para reciclagem e reaproveitamento. Em segundo lugar, o texto tem dez referências à participação das cooperativas de catadores no processo de gestão de resíduos. Há, inclusive, a previsão de financiamento para municípios que façam coleta seletiva com catadores, medida indutora do desenvolvimento das cooperativas.
Outro ponto positivo: a proibição da importação de resíduos perigosos e rejeitos cujas características causem dano ao ambiente e à saúde – absurdo que a lei corrigiu. A elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com metas e prazos, deve ser elogiada, bem como o tratamento consorciado de resíduos, que permite a pequenos municípios planejarem conjuntamente a destinação de resíduos. O fato de a lei garantir remuneração ao Estado, caso ele tenha de se ocupar das atribuições relativas à logística reversa dos geradores, também é positivo.
Entre os pontos negativos, chamo atenção para o artigo 9°, que abriu possibilidades para a “recuperação energética” dos resíduos, ou seja, a incineração. A queima de lixo é um processo polêmico. É tóxico, as cinzas devem ser destinadas a um aterro especial. Mais um aspecto negativo: a análise do ciclo de vida do produto não foi incluída como um processo anterior à coleta. Seria a deixa para os fabricantes repensarem seus produtos, como o excesso de embalagens.
Por último, o artigo 33, sobre logística reversa. O texto deixa a cargo dos geradores de resíduos (setor empresarial) o arbítrio sobre a execução do processo para produtos em que não há obrigatoriedade prevista na lei. Ou seja, se o gerador disser que não pode recolher um produto, por inviabilidade técnica ou econômica, a sociedade terá de aceitar. Isso exigirá que se trabalhe melhor na regulamentação da lei para que os geradores, se não fizerem a coleta, paguem as prefeituras para que elas possam contratar as cooperativas para tal serviço.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,analise-pontos-altos-e-baixos-da-nova-politica-nacional-de-residuos-solidos,586738,0.htm