terça-feira, 5 de maio de 2009

Reciclagem transforma produtos em biodiesel e até em jóias

Por Eletrobras
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À medida que a reciclagem de materiais como o papel e o vidro vai se tornando um hábito para os moradores dos grandes centros, cresce a necessidade de reaproveitamento de outros produtos. "Cerca de 90% do lixo descartado é reutilizável", afirma Paulo Correia, diretor da ONG Instituto Triângulo, especializada na reciclagem de óleo de cozinha.
Michael Ledray/SXC No Brasil, falta regulamentação para a reciclagem de eletrônicos, CDs e DVDs
Assim como acontece com as latas de alumínio, a reciclagem do óleo usado está se tornando um exemplo de como o reaproveitamento de matéria-prima pode ser duplamente benéfico. Alguns condomínios, por exemplo, vendem o óleo usado e, com a renda obtida, pagam as despesas de manutenção dos prédios. Outros entregam o material a usinas de reciclagem e recebem de volta o sabão produzido a partir dele.
De qualquer forma, a reciclagem, além de fazer bem para o ambiente, é melhor ainda para a sociedade, que ganha oportunidades de negócios e empregos e ainda gera inclusão social.
Conheça outros materiais que são problema hoje, mas que, no futuro, podem se tornar uma solução.
ISOPOR
A bandejinha do frango, o protetor de eletrodomésticos e a maquete de um trabalho de colégio podem não parecer, mas são bastante nocivos ao ambiente. Também conhecido como poliestireno estendido (ou EPS), o isopor é, na realidade, um tipo de plástico que leva 150 anos para se decompor. No Brasil, são consumidas anualmente 36,5 mil toneladas do material.
Segundo o Instituto Akatu, poucas empresas o coletam, pois é necessária uma grande quantidade do material para que a reciclagem se torne economicamente viável. Composto por 98% de ar e 2% de plástico, apenas 10% do material inicialmente coletado é utilizado depois de derretido. Para dificultar ainda mais, o isopor é bastante volumoso, o que encarece o transporte usado na coleta.
Mas, uma vez reciclado, o EPS torna-se bastante útil, principalmente na construção civil. Misturado ao cimento, ele oferece várias vantagens em relação à cerâmica e ao concreto comum. Chamado de cimento isopor, ele é mais leve e, como não é orgânico, não serve de alimento a nenhum ser vivo, como formigas ou cupins.
A partir da mesma matéria-prima, foi desenvolvido no Brasil o "termobloco", à base de isopor 100% reciclado. Por dispor das mesmas propriedades do isopor, ele ainda serve como isolante acústico e térmico, reduzindo o gasto de energia com aquecedores e ares-condicionados.
RECICLE
Em São Paulo, o material pode ser entregue aos caminhões que fazem a coleta seletiva para a prefeitura ou nos "Ecopontos" espalhados pela cidade. Mais informações no telefone 156 ou no site da Limpurb: www.limpurb.sp.gov.br
ÓLEO DE COZINHA
Vilão das dietas, o óleo usado no preparo de algumas das delícias da cozinha brasileira se tornou também um dos principais poluentes da pouca água que há hoje disponível para consumo no mundo.
Quando é jogado diretamente no ralo da pia ou no vaso sanitário, ele diminui a vida útil dos encanamentos e traz conseqüências desagradáveis como entupimento de canos e refluxo de esgoto. Segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), cada litro de óleo de cozinha pode contaminar 20 mil litros de água.
E o estrago não pára por aí. Quando o esgoto não é tratado, o óleo é despejado em rios e mares e prejudica a sobrevivência de peixes e algas. O óleo pode também chegar ao solo e impermeabilizá-lo, colaborando para aumentar um problema que o paulistano conhece bem: as enchentes.
Mesmo quando o esgoto é tratado, o óleo não é bem-vindo, pois encarece o processo. Depositá-lo em um aterro sanitário ou em um lixão tampouco é a solução, já que, quando se decompõe, o óleo libera gás metano e colabora para o efeito estufa.
Ainda segundo a Sabesp, estima-se que cada família produza mensalmente um litro e meio de óleo de cozinha, que pode se transformar em sabão e em biodiesel. Quem não quiser fazer o sabão em casa, pode levar o óleo usado para algum ponto de reciclagem. Nove cooperativas conveniadas pela prefeitura recolhem o material, que também pode ser descartado nos "Ecopontos". Algumas ONGs, como o Instituto Triângulo, possuem usinas de reciclagem de óleo e mantêm postos de coleta.

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