quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Não existe lixo, existe matéria-prima fora do lugar.

Coisas fora do lugar

Por Charles Nisz |
Lixo – nova legislação e coleta seletiva, foi o tema do debate de ontem (15) na série Encontros Estadão e Cultura, conforme antecipei no post anterior. Denis Bugierman (jornalista e editor do blog Isso não é normal), Luiz Gonzaga Pereira (presidente da Loga Logística Ambiental) e Sergio Alves (Secretário Adjunto e Diretor do Departamento de Limpeza Urbana – Limpurb) discutiram o tema.
O título do post é inspirado pelo economista Paulo Sandroni, da FGV. Para ele, “não existe lixo, existe matéria-prima fora do lugar”. Considero um excelente ponto para começar uma discussão sobre o descarte, reciclagem e destino final do lixo produzido nas cidades. Mas o problema não é novo: já no século XVI havia registros de lixo jogado nos arredores da vila de São Paulo.
Todos os dias, São Paulo produz 17 mil toneladas de lixo – cerca de 1,5 quilos para cada um dos 11 milhões de habitantes. Para acondicionar esse lixo é necessária uma área equivalente a 270 campos de futebol com 50 andares de altura, contou Bugierman. Sim, os números impressionam e assustam.
Mas essa numeralha não é o ponto crítico: dessas 17 mil toneladas, apenas 1% será reciclada. Pereira traz os números apurados pela Loga Logística, responsável pela coleta em metade da metrópole: a cada dia, apenas 60 das seis mil toneladas coletadas pela empresa serão recicladas.
Apesar do esforço de 45 mil catadores de lixo, 150 cooperativas, além das ações individuais, São Paulo recicla apenas 20% do lixo produzido. O poder público recicla apenas 1% das 17 mil toneladas diárias.  Não à toa, a dissertação de mestrado de Sérgio Alves, diretor do Departamento de Limpeza Urbana tem o título de “Estado poluidor”.
O diretor dá um exemplo das dificuldades enfrentadas na gestão do lixo: “Gostaria de acabar com documentos internos e memorandos, mas não há um esquema de certificação digital. Sou obrigado a assinar um documento em quatro vias e mandar um motorista levar os papéis do Canindé ao Ipiranga”.  Parece um absurdo saído das páginas de Kafka…
A primeira pergunta a ser feita: por que São Paulo não tem uma agência reguladora para gerenciar e fiscalizar o lixo? A segunda questão: como educar e integrar esses 45 mil catadores às cooperativas de modo rentável? Para esses trabalhadores, é mais lucrativo permanecer na informalidade, explica Alves.
Parenteses rápido, sobre os catadores: a situação irregular deles impacta também o (já caótico) trânsito de São Paulo. Consideradas veículos, as carroças são registradas no Detran. Ou seja, são 45 mil veículos a mais nas ruas – 1% da frota paulistana.
Há inúmeras questões a serem resolvidas quanto às cooperativas de reciclagem de lixo. Pereira aponta os problemas no licenciamento ambiental desses espaços como a maior dificuldade. Mas há esperança: a Defensoria Pública entrou com uma ação civil e a Prefeitura tem prazo de um ano para regularizar a coleta.
São Paulo gasta pouco do seu orçamento com a coleta de lixo. Dos R$ 29 bilhões do orçamento da cidade, apenas R$ 1,1 bilhão são gastos com a limpeza. É apenas a 18a colocada no ranking das metrópoles globais. Para se ter idéia, são apenas 36 fiscais para fiscalizar esse sistema em toda a cidade.
Isso para não falar nas oportunidades de negócios jogadas, literalmente, no lixo. Acondicionar os restos em sacos é anti-ecológico e ineficiente. Pareira sugere o uso de conteineres, facilitando o transporte do material.
Bugierman traz exemplos de outros países: no Japão, os sacos de lixo são caríssimos e isso obriga as pessoas a produzirem menos lixo. Nos EUA, equipes da limpeza urbana “investigam” o seu lixo e quem não separa o lixo de maneira adequada é multado. Por outro lado, quem produz menos lixo, recebe desconto no seu imposto. O índice de reciclagem em Nova York é o dobro da capital paulista.
Compostagem foi outro tema importante lembrado por Bugierman nessa discussão. Boa parcela do lixo poderia ser usado para produzir adubo caseiro. É bem apropriado pensar nisso quando o consumo de fertilizantes industriais aumentou em 5% em relação ao ano passado.
Não basta olhar o passado, precisamos pensar qual cidade queremos para o futuro. A Copa de 2014 demandará várias mudanças na infra-estrutura urbana e a gestão do lixo precisa ser prioridade. Vamos lembrar que a revitalização de Barcelona foi impulsionada pelos Jogos Olímpicos.
Deixo, por fim, mais uma questão para vocês. Um assunto não abordado nesse tema é a expansão da “fronteira do lixo”. Nos EUA, a cada ano são necessários mais 1400 hectares para armazenar o lixo. Num mundo onde há muita especulação territorial, é desperdício gastar terreno para gerenciar (mal) o lixo.
Não há dados sobre a velocidade dessa expansão aqui no Brasil. Mas tentem imaginar o quanto estamos perdendo cada vez que abrimos um terreno para criar um aterro sanitário. Se você tem dados sobre a gestão do lixo no País, deixe nos comentários deste post.
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Empresa desenvolve garrafas de vidro mais amigáveis ao meio ambiente

O novo produto, disponível para armazenar vinhos, utiliza menos matéria-prima e economiza energia no processo produtivo

 
Divulgação
Da esq. p/ a dir.: garrafa Bordeaux 375 ml; Bordeaux rolha 750 ml; e Bourgogne Rolha 750 ml
O braço brasileiro da multinacional Verallia coloca no mercado esta semana garrafas de vidro que poluem menos. Projetadas para causar menor impacto no meio ambiente, essas garrafas têm um peso menor do que as embalagens comuns, utilizando até 15% menos matéria-prima. Durante o processo produtivo, há redução de 15% nas emissões de CO2 e de 4% no gasto de energia. No transporte das garrafas, também há economia de 6% na emissão de poluentes e até mil unidades a mais por carregamento (um pallet extra por caminhão), segundo o fabricante.

A nova garrafa serve para armazenar vinhos e está disponível nos modelos Bordeaux e Borgonha. A empresa espera que a inovação represente 10% das vendas até o final de 2010 e 30% até 2013. Entre os primeiros clientes a utilizar a nova garrafa estão as vinícolas Salton, Miolo, Galiotto, Cordelier, Perini e Campo Largo.

A intenção da empresa é desenvolver, no médio prazo, um portfólio completo de embalagens mais amigáveis ao meio ambiente em todos os segmentos de mercado em que atua.

Brilhantes considerações -O luxo do lixo (Wilson Quintaneira

Prezado Wilson Quintaneiro,
Li com muito prazer suas reflexões sobre o que fazer com o lixo (link abaixo). São deliciosas as lembranças sobre a época em que o lixo não era problema, ao contrário da grandeza e complexidade dos problemas atuais.

Quero, no entanto, respeitosamente discordar de suas sugestões sobre a incineração; a forma de gestão e tratamento de lixo que escolhemos provoca diferentes impactos sociais e ambientais.

Você diz que todos os materiais devem ser recuperados e reciclados prioritariamente e o "resto" incinerado. Aparentemente faz sentido, parece ser uma idéia razoável. Mas só aparentemente.

Mas até mesmo essa idéia, de incinerar o “resto”, aparentemente razoável, não resistiu ao lobby feito no Senado, na recente aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.Mas afinal de contas, quais são os problemas com a incineração? Um Deputado do Estado de São Paulo costuma dizer que Deus recicla e o Diabo incinera.
Não se trata de discutir religião, mas de atentar que o Diabo mora nos detalhes.

Alguns argumentos que apresento abaixo são do Dr. Paul Connett, Profesor de Química e toxicologia ambiental da Universidad de St. Lawrence, facilmente acessível na Internet.

Costuma-se lembrar que em outros países a incineração é uma pratica popular e bem aceita. Não é bem assim. Nos Estados Unidos, Alemanha, Japão, França as tentativas  de expansão desse sistema encontram forte resistência da população. Não é por acaso. O Japão, por exemplo, que tem muitos incineradores em operação é o maior emissor mundial de Dioxinas. Mas o problema não são apenas as Dioxinas, que lentamente vão se acumulando nas pessoas, animais e meio ambiente Há outros subprodutos formados durante a incineração que sequer são conhecidos seus impactos sobre a saúde pública e o meio ambiente.
Mas esqueçamos as dioxinas e os demais subprodutos. Para as emissões que são parcialmente conhecidas é preciso que existam regras específicas, monitoramento adequado e forte controle para que se cumpram essas regras. Nas precárias condições de gestão dos resíduos dos municípios e da maioria dos estados brasileiros, que o senhor tão bem descreveu, é bem provável que o controle rigoroso seja uma quimera.
Mas esqueçamos os prováveis problemas de monitoramento e controle. De um melhor controle das emissões dos gases decorre que mais metais pesados e dioxinas vão parar nas cinzas. Então, de três toneladas de lixo incinerado, criamos uma tonelada de cinzas perigosas, que devem ser destinadas a um aterro especial.
Mas esqueçamos que a incineração cria resíduos perigosos. Pode-se gerar energia elétrica a partir do lixo. Para um mundo sedento (e embriagado) de energia (a maior parte destinada a manter uma forma de vida insustentável), é uma proposta pra lá de sedutora. Mas há um engano aí. Gera-se bem pouca eletricidade. Se pode economizar em torno de  4 vezes mais energia  reutilizando, reciclando ou compostando os mesmos materiais que seriam incinerados; como esses não retornam à cadeia produtiva, é preciso substituí-los pela extração de matérias primas, que consome energia e contribui para o aquecimento global.
Mas esqueçamos que há formas mais econômicas de se economizar energia. A implantação de incineração irá gerar postos de trabalho formais, preferencialmente para catadores.  É verdade. Mas o número de empregos gerados pela recuperação de materiais face aos gerados pela incineração são mais de 600 vezes maiores nos Estados Unidos (Institute for Local Self-Reliance, 1997, citado em: Tangri, N. (2003), Waste incineration: a dying technology. Berkeley: GAIA) e tende a ser maior no Brasil, onde a mão de obra é significativamente mais barata e onde há um extenso setor informal já atuando nessas atividades.
No Brasil, trabalham aproximadamente 1 milhão de catadores e catadoras. A maioria desses trabalha de forma autônoma e o restante está inserido em cerca de 500 organizações. Hoje, aproximadamente 2% dos resíduos sólidos domiciliares são reciclados no Brasil, estamos apenas no início da expansão deste setor.
Podemos esquecer das dioxinas e outros subprodutos; dos problemas de monitoramento e controle; da produção de resíduos perigosos; de que há formas mais inteligentes de economizar energia;  até mesmo de que a incineração irá fragilizar ainda mais a situação de 1 milhão de catadores e catadoras. Só não podemos esquecer, caro Senhor Wilson, de nos posicionarmos firmemente, assim como o senhor fez.
Abraços,
Dan Moche Schneider
13-34264832    11-91094431
correio eletrônico  dan_moche@yahoo.com.br  
Skype  dan.moche.schneider

Cooperativa processa 180 toneladas de material reciclável por mês em cidade no interior de São Paulo

Administrada por uma cooperativa, a coleta seletiva de Assis,  a 450 quilômetros da capital paulista, chega a 85% do território urbano. A expectativa é alcançar toda a cidade até abril de 2011.


Com 90 mil habitantes, o município é considerado referência nacional no setor por ter feito a opção de buscar um meio de inclusão social e geração de trabalho e renda por meio do processamento de resíduos sólidos.


A atuação dos cooperados foi viabilizada a partir de um convênio com a prefeitura de Assis. A expansão da coleta seletiva domiciliar para 85% da cidade foi concluída somente nesta semana. Mensalmente, são triadas 240 toneladas de materiais coletados por integrantes da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Assis (Coocassis). Desse montante, 180 passam por algum tipo de processamento, enquanto o restante é vendido in natura – como o papelão, por exemplo.


Para o presidente da Coocassis, Claudineis de Oliveira, quando a coleta dos materiais recicláveis é realizada junto ao lixo comum há grandes perdas. Ele explica que isso ocorre pelo contato entre o material reciclável com resíduos orgânicas e rejeitos que contaminam os produtos, tornando-os inadequados para a comercialização. É o que ocorre na capital, por exemplo, onde a coleta seletiva não tem grande abrangência.


Em Assis, pelo menos 13% do material é encontrado em meio ao lixo comum, nos locais em que a coleta seletiva ainda não foi implantada. Nas demais regiões, onde há a atuação dos cooperados junto aos domicílios, a mistura com o lixo orgânico cai para 1%, reduzindo, dessa forma, o índice de desperdício.


O material coletado em maior quantidade é o papelão, seguido do plástico. Este, porém, promove retorno financeiro maior. Enquanto o primeiro é vendido por R$ 0,28, o segundo pode ser comercializado a R$ 0,80 por quilo.


Mesmo com os avanços já obtidos, algumas adequações ainda estão sendo realizadas pela cooperativa para o acompanhamento sistematizado da coleta dos materiais, bem como a aquisição de mais equipamentos e caminhões para o transporte dos materiais coletados e também processados. A construção de um centro de processamento com abrangência regional está em fase de conclusão. A expectativa é que isso resulte em maior acúmulo de materiais para a venda e processamento do plástico e outros materiais, agregando mais valor aos produtos.


Benefícios ao município


A cooperativa foi formada em 2001, a partir da união entre a Cáritas, organização ligada à Igreja Católica, e o Núcleo de Incubadora de Cooperativas, projeto de extensão da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O Núcleo é responsável pelo suporte, capacitação e orientação dos membros do empreendimento.


A implantação da Coocassis, que visa especificamente à atuação dos seus integrantes na coleta dos materiais recicláveis, alterou o cenário de problemas ambientais que a cidade registrava. Até 2003, por exemplo, todo lixo produzido pela população da cidade era jogado diretamente no aterro sanitário municipal.


Naquele ano, a cooperativa se estabeleceu formalmente e propôs uma parceria com o município para a atuação junto ao Parque de Reciclagem e Compostagem de Resíduos Sólidos. Inicialmente, a separação do material era realizada somente na esteira de seleção, em meio ao lixo orgânico, já que ainda não havia coleta seletiva domiciliar, o que seria implantado somente em 2005.


Da mesma forma, benefícios sociais foram alcançados, como a garantia de trabalho e renda para 140 cooperados, que atualmente compõem a cooperativa. No programa de coleta seletiva, a cidade é dividida em cinco setores, com a visita domiciliar sendo realizada uma vez por semana em cada região.


A coordenadora da esteira de triagem de materiais recicláveis, Noemia Virgínia Vitor, se emociona ao dizer que a partir do trabalho que realiza na cooperativa, conseguiu comprar a sua casa, onde mora com três filhas, três genros e sete netos. “Depois que entrei na cooperativa mudou tudo. Antes eu vendia saco de lixo pelas ruas. Às vezes conseguia só R$ 2 em um dia. Com a cooperativa mudou a forma como nós atuamos e a maneira como as pessoas nos vêem, entre vários outros benefícios.”

Fonte: Vanessa Zandonade, especial para a Rede Brasil Atual

Novas regras para dar destino correto ao lixo

MIRELLA POYASTRO | 

A ausência de regras para tratamento das 150 mil toneladas de lixo produzidas diariamente nas cidades brasileiras é considerada um dos mais sérios problemas do país. Desse total, 59% vão para os lixões (onde há lançamento de resíduos a céu aberto).

Apenas 13% do lixo têm destinação correta, em aterros sanitários. Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 405 tinham serviço de coleta seletiva em 2008, de acordo com levantamento que embasou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada no início do mês pelo Congresso Nacional, após tramitar na Câmara dos Deputados, desde 1991.

À espera da sanção presidencial, o texto visa reduzir a geração de resíduos, incentivar a reciclagem e determinar a forma correta da destinação final do lixo remanescente, de responsabilidade dos municípios brasileiros.

O projeto proíbe expressamente a criação de lixões. Todas as prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem. Será vedado catar lixo, morar ou criar animais em aterros.

Com 58 artigos dispostos em 43 páginas, a "Política de Resíduos Sólidos" traz novidades como a "logística reversa", que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a realizarem o recolhimento de embalagens usadas. Foram incluídos nesse sistema agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletroeletrônicos. Introduz ainda a "responsabilidade compartilhada", envolvendo a sociedade, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal na gestão dos resíduos sólidos. A proposta estabelece que as pessoas terão de acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, separando itens onde houver coleta seletiva. Pela nova política, os municípios só receberão dinheiro do governo federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos depois de aprovarem planos de gestão.

"Apesar de genérica e tardia, pois sofreu 19 anos de lobby econômico no Congresso, a política nacional veio em boa hora. E ao contrário do que se diz, a legislação ambiental é estimuladora e fomenta a correção de problemas com incentivos", afirma o vereador e ambientalista Beto Moesch.

Proibições

- Importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos.

- Lançamento de resíduos sólidos no mar, rios e lagos e in natura a céu aberto.

- Queima de lixo a céu aberto ou em instalações não licenciadas.

- O infrator cometerá crime federal, que prevê pena máxima de cinco anos de reclusão e multa, de acordo com as sanções previstas para crimes ambientais relacionados à poluição. A pena, no entanto, não se aplica no caso do lixo doméstico.

O que muda com a nova lei 

Consumidores

- Pela lógica da "responsabilidade compartilhada", os consumidores finais estão também responsabilizados e terão de acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, inclusive fazendo a separação onde houver coleta seletiva.

Poder público

- Após a sanção da lei, os municípios terão prazo de quatro anos para fazer um plano de manejo dos resíduos sólidos em conformidade com as diretrizes.

- Todas as entidades estão proibidas de manter ou criar lixões. As prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem.

- União, estados e municípios são obrigados a elaborar planos para tratar de resíduos sólidos, estabelecendo metas e programas de reciclagem. Os municípios só receberão dinheiro federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos após aprovação dos planos de gestão. Os consórcios intermunicipais para a área de lixo terão prioridade no financiamento federal.

- Há possibilidade de incineração de lixo para evitar o acúmulo de resíduos.

Indústria e comércio

- A "logística reversa" obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a criarem mecanismos para recolher as embalagens após o uso. A medida vale para agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e todos os tipos de lâmpadas. As empresas deverão dar a destinação adequada.

Cooperativas e associações

- O poder público deve incentivar atividades de cooperativas e associações por meio de linhas de financiamento.

- As embalagens de produtos fabricados em território nacional deverão ser confeccionadas a partir de materiais que propiciem sua reutilização ou reciclagem para viabilizar mais empregos.

Fonte: Agência Senado e Instituto Akatu
 Cooperativas e associações de recicladores terão incentivo dos governos<br /><b>Crédito: </b>  alexandre mendez / cp memória
Cooperativas e associações de recicladores terão incentivo dos governos
Crédito: alexandre mendez / cp memória

São Bernardo terá usina para transformar lixo em energia em 2012

Aline Bosio

Reprodução
Instalado no bairro do Alvarenga, junto ao antigo lixão, o espaço terá aproximadamente 30 mil metros quadrados e custará cerca de R$ 220 milhões
São Bernardo terá, em 2012, uma Usina de Recuperação de Energia para transformar parte do lixo produzido na cidade em energia elétrica. O projeto integra o Plano Municipal de Resíduos Sólidos, que também prevê a ampliação da coleta seletiva e da reciclagem, além da construção de um SPAR (Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos).

Instalado no bairro do Alvarenga, junto ao antigo lixão, o espaço terá aproximadamente 30 mil metros quadrados e custará cerca de R$ 220 milhões. Os investimentos serão feitos por meio de uma PPP (Parceria Público-Privado).

O coordenador de projeto Elcires Pimenta Freire, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, explica que o parque será responsável pela triagem e separação dos resíduos, compostagem e produção de biogás, mas destaca que apenas o que não puder ser reaproveitado será destinado à incineração.

“O atual programa de coleta se letiva será ampliado e o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos proporcionará a utilização até da fração orgânica. Só será usado para a incineração, ou seja, para a produção de energia, aquilo que não puder ser reaproveitado neste processo”, conta. Essa energia limpa poderá ser comercializada no mercado empresarial ou até mesmo aplicada para redução de custos, por exemplo, na iluminação pública. 

De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), a incineração de um quilo de lixo é suficiente para manter um secador de cabelo funcionando por 24 minutos, para um computador ficar ligado por cinco horas ou para um ferro elétrico ficar aquecido por 43 minutos.

São Bernardo tem atualmente pouco mais de 810 mil habitantes, que são responsáveis pela produção de cerca de 650 toneladas de resíduos por dia. Atualmente São Bernardo recicla apenas 1% dos materi ais. Como o novo sistema de reaproveitamento o objetivo é reciclar, no mínimo, 10%, além de criar pelo menos mais quatro centrais de reciclagem, ampliando assim o trabalho das cooperativas.

O secretário de Planejamento Urbano e Ação Regional, Alfredo Luis Buso, afirma que esta nova estratégia é fundamental para a cidade diminuir os passivos ambientais. “O maior ganho ambiental para a cidade será o fato de não termos mais de enterrar nosso lixo, além de fortalecermos a reciclagem e produzir uma energia limpa, assim como acontece atualmente em países da europa”, completa.

Já o prefeito Luiz Marinho ressalta que o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos desenvolvido na cidade será pioneiro no País por englobar não só a incineração, mas a triagem dos materiais e a produção de biogás. Além disso, comemora o fato de ser uma ação importante para o meio ambiente e para a economia da cidade. 

O objetivo, s egundo ele, é diminuir pela metade os gastos com a destinação final do lixo, que hoje é enviado para o aterro Lara, em Mauá, com um custo médio anual de R$ 14 milhões. “Este é um projeto que trabalha a questão ambiental, mas que também precisa ser economicamente viável. Ele não pode ser mais caro que o atual. Esta nova tecnologia nos trará ganhos ambientais e econômicos. A cidade só tem a ganhar com isso”, finaliza.

O comandante do Paço também não descartou a participação das cidades vizinhas no projeto, entretanto, afirmou que um debate no Consórcio Intermunicipal vai depender do interesse dos demais prefeitos.

Nos próximos dias será disponibilizada no site da Prefeitura uma consulta pública onde os interessados em conhecer o projeto poderão fazer criticas e dar sugestões. Somente após a avaliação da Prefeitura dessas contribuições, o edital de convocação da empresas que desejarem participar será lançado. O númer o de empregos gerados com a implantação do parque será definido de acordo com a tecnologia empregada pela empresa vencedora do certame. 

A IMPORTÂNCIA DA COLETA SELETIVA

A destinação do lixo é um problema constante em quase todos os municípios, apesar de ser mais "visível" nas grandes cidades. Os municípios se defrontam com a escassez de recursos para investimento na coleta e no processamento e disposição final do lixo. Os "lixões" continuam sendo o destino da maior parte dos resíduos urbanos produzidos no Brasil, com graves prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida da população. Mesmo nas cidades que implantaram aterros sanitários, o rápido esgotamento de sua vida útil mantém evidente o problema do destino do lixo urbano. A situação exige soluções para a destinação final do lixo no sentido de reduzir o seu volume. Ou seja: no destino final, é preciso ter menos lixo.


Fonte: idbrasil

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

“Resíduos Sólidos - Aplicação da Logística Reversa”


COMISSÃO EXTRAORDINÁRIA PERMANENTE DO MEIO AMBIENTE


PAUTA


REUNIÃO ORDINÁRIA
Dia: 02/12/2010 – quinta-feira.
Local: Sala “A” – Sérgio Vieira de Melo – 1º subsolo.
Horário: 11h00 às 13h00.


Tema:
“Resíduos Sólidos - Aplicação da Logística Reversa”.

- Sr. LUCIEN BELMONTE, superintendente geral e Sra. ANA PAULA BERNARDES, gerente de projetos. ABIVIDROAssociação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro.

- Sr. RICARDO HAJAJ, conselheiro.
ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do Plástico.

Expo Catadores 2010

tampa de PET para fechar saquinhos

RECICLAGEM
- FECHAR SAQUINHOS -
 GENIAL !!!!
 Idéia para reciclar tampas de pet
Corte logo abaixo do gargalo usando tesoura, estilete ou outro cortador...




Passe o saco plástico por dentro do gargalo cortado...

Depois basta fechar com a tampa.
E pode usar nas embalagens de mantimentos, pães etc.


3.1149906676@web113612.mail.gq1.yahoo.com

Tá com pressa, vá de bike

2ª Oficina do Plano Diretor de Resíduos Sólidos de Guarulhos