terça-feira, 10 de maio de 2011

Educação ambiental é fundamental para a coleta seletiva e reciclagem do lixo

Educação ambiental é fundamental para a coleta seletiva e reciclagem do lixo

Maio 9, 2011
A educação ambiental é fundamental para que o cidadão adote a coleta seletiva e, embora não esteja formalizada nos currículos, muitas escolas já têm adotado a matéria em seus programas. “Na verdade, ela [a educação ambiental] é transversalizada. As questões têm que fazer parte de todas as discussões. Nada impede que uma escola tenha um programa de educação ambiental. As crianças sabem da obrigação de cuidar do planeta”, explica a coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernanda Daltro.
A coleta seletiva de lixo está implantada em 443 municípios brasileiros – apenas 8% dos 5.565 – e em muitas cidades a população ainda não colabora. “O erro é do planejamento. Não se implementa a coleta seletiva sem um programa de educação ambiental antes. A pessoa tem que ser informada sobre o porquê de fazer a coleta e como aquilo se reverterá em benefícios, não só para a família dela e seus descendentes”, explica o coordenador do núcleo de Educação Ambiental do Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Genebaldo Freire.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê que todos os municípios do país tenham coleta seletiva em quatro anos e os lixões estarão proibidos. Os programas de educação ambiental são desenvolvidos em várias escolas públicas e privadas com foco na coleta seletiva
Crianças de 1ano e 8 meses a 6 anos de uma escola do Lago Sul, em Brasília, participam de atividades extracurriculares onde aprendem sobre a coleta seletiva e também que não se deve jogar lixo no chão, porque os resíduos entopem bueiros e podem prejudicar o escoamento da água da chuva, provocando alagamentos.
“Essa conscientização eles têm desde pequenos. Embora muitos não saibam ler, aprendem sobre a coleta seletiva por meio das cores”, explica a coordenadora da escola, Edna Regina. Algumas cores foram padronizadas para a coleta seletiva: vermelho para o plástico; amarelo para o metal; verde para o vidro; azul para o papel e cinza para aquele resíduo que não pode ser reciclado ou misturado.
O que é jogado também fora pode virar arte. SandraVirgínia Scheid é dentista e artesã em Porto Alegre. “O mundo é rico em resíduos. Faço do lixo um tipo de arte”. Ela utiliza os materiais descartáveis de seu consultório, como sugador de saliva e seringas, para fazer quadros. O objetivo é educar. Sandra explica que o interesse surgiu há seis anos, com o nascimento de seu filho. “ Eu ficava assustada com a quantidade de fralda que jogava fora e pensava que tinha que fazer algo. Utilizar material do consultório foi uma consequência.”
O papel da sociedade na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é fundamental. O MMA prevê uma campanha de consumo consciente por ano. Segundo Fernanda Daltro, o próprio ministério percebu que não será suficiente. “A campanha Saco é um Saco foi um grande sucesso, com todo mundo falando. Nós temos um departamento de produção e consumo sustentável que vai estimular os consumidores e o setor produtivo a desenvolver novos padrões, com menos impacto no meio ambiente.”
A próxima campanha, segundo ela, será sobre a separação de resíduos sólidos.
Reportagem de Ana Lúcia Caldas, do Radiojornalismo ABr.

Coleta Seletiva está prejudicada em São Paulo

Coleta seletiva está prejudicada em São Paulo

qua, 26/05/10 por milton.jung | 
 
As cooperativas que atuam na reciclagem estão com capacidade esgotada e isto tem atrapalhado o já restrito programa de coleta seletiva na cidade de São Paulo. Prefeitura e empresas negam que o serviço esteja suspenso, mas há problemas no recolhimento em vários pontos da cidade. Há duas semanas, temos recebido e-mails de ouvintes-internautas questionando o serviço porta a porta contratado pela prefeitura de duas concessionárias, Loga e Ecourbis. O material estaria ficando acumulado, principalmente nos condomínios onde o volume é maior.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) fala como se tudo isso fosse uma novidade para a administração municipal. Em entrevista a repórter Cátia Toffoletto, ele negou que haja falha no planejamento e disse que a prefeitura iria procurar saber se há algum problema no sistema de coleta, conforme noticiado na mídia. E, claro, jogou a responsabilidade para o Governo Federal. A cidade estaria aguardando autorização de Brasília para implantar centros de triangens em terrenos privados – o que não seria permitido por lei, segundo Kassab.
A Loga diz que pode estar havendo atraso na coleta, pois os caminhões precisam esperar para o transbordo do material reciclável nas cooperativas. Como o volume recolhido se mantém praticamente o mesmo nos últimos meses, a empresa culpa a falta de organização dessas cooperativas. O presidente da Loga, Luiz Gonzaga Alves Pereira, afirmou, ainda, que a prefeitura havia se comprometido a identificar cinco terrenos onde haveria autorização para a construção de novas centrais de triagem, mas que até agora isto não ocorreu.
Nesse sábado, no CBN SP, havíamos conversado com a ONG Recicla Morumbi que promove a coleta seletiva em condomínios no bairro mas que tem encontrado dificuldade para recolher o material porque a prefeitura não autoriza a criação de uma cooperativa na favela de Paraisópolis.

Prefeitura não investe na coleta seletiva, diz especialista

Prefeitura não investe na coleta seletiva, diz especialista

qua, 28/07/10 por milton.jung | 
 
A cidade de São Paulo teria de ter ao menos uma cooperativa de reciclagem por subprefeitura, ou seja, 31, mas não foi capaz de colocar em funcionamento mais do que 17. E nenhuma foi aberta desde o início da gestão Serra/Kassab, há cinco anos e meio. Isto mostra que a atual administração não investe na coleta seletiva, avalia Ruth Takahashi que trabalha em projetos de reciclagem, desde 2000.
Na entrevista ao CBN SP, Ruth comentou que haveria ao menos 56 grupos capacitados para trabalhar em parceria com a prefeitura, mas não são criadas as condições para que o serviço se realize. Há, inclusive, verba federal para a construção de 10 galpões onde seria feita a seleção do material coletado, no entanto a administração municipal alega que não encontro locais para implantar o serviço.
Na terça-feira, o CBN SP conversou com o secretário municipal de Serviços Dráusio Barreto a propósito da interrupção do serviço de coleta seletiva em vários pontos da cidade de São Paulo. Acompanhe aqui esta entrevista.

Reciclar Lixo e pessoas na cidade

Reciclar lixo e pessoas na cidade

qui, 13/01/11 por milton.jung |
 
Quatro momentos vividos de maneira despercebida na cidade de São Paulo foram flagrados pela câmera de Devanir Amâncio, da ONG EducaSP. O material enviado ao CBN SP por este que é colaborador constante do Blog se transforma em uma crônica da megalópole – o texto é do próprio autor das imagens:
Profissão entulho
Transporte de entulho no  Capão Redondo , Zona Sul.  Esquina da Rua Modelar com a Rua Integrada.
Reciclável na calçada
Que a reciclagem é a única fonte de renda para muitos ,principalmente para a população de rua , todos sabemos. O que  precisa, é mais atenção  e apoio da Prefeitura para que não seja feita assim, na calçada,invadindo o espaço do pedestre  na rua José Bonifácio, atrás do Palácio Anhangabaú, em frente ao Metrô, Centro.
Caçamba da Ecourbis
 A instalação de pelo menos mais duas caçambas  da Prefeitura na esquina da rua Domingos Peixoto da Silva com a rua Integrada,em frente à  creche Professora Wilma Alvarenga de Oliveira , no Capão Redondo, Zona Sul, seria o ideal para evitar ou diminuir a quantidade de lixo no chão.
Caminhão da feira
Transporte de trabalhadores em feiras  livres no Capão Redondo ,Zona Sul de São Paulo. Esta prática também é comum em outras regiões da cidade. Nem todos gostam de serem transportados assim e se escondem debaixo de caixotes. O transporte é chamado por eles de pau de arara.

Dona Antônia do Grajaú - A Dona do Reciclado

Dona Antônia do Grajaú, a dona do reciclado

sex, 25/02/11 por milton.jung |
 

Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP e colaborador
A ex-gari Antônia Maria Felippe, “Dona Antônia do Grajaú “, mora no Jardim Lucélia, zona sul, nunca participou de encontros e fóruns internacionais sobre o Planeta Terra. Dona Antônia gosta do que faz e acredita no seu empreendimento. Ela sonha em ser empresária da natureza, fabrica em sua casa bolsas cadeiras e pufes de garrafas Pet:
 Gari faz trabalho com reciclado
 
- “Hoje só não ganha dinheiro quem não quer.”
 
- “Vendo um pufe e uma cadeira por 30 reais cada um, a bolsa  é 30 reais.”
 
- “Para fazer uma cadeira uso 60 garrafas Pet, um pufe  sete, e uma bolsa 20 garrafas.”
 
- “Vou escrever uma carta para  a Dolly voltar a  fabricar garrafa Pet  cor vinho.”
 
- “Qualquer dia vou levar as minhas coisas lá na Fiesp.”
 
- “Eu ainda vou dar de presente uma bolsa de garrafa Pet para a presidenta Dilma. Vai dar um ibope danado ela chegar para uma reunião com gente importante no exterior carregando uma bolsa de garrafa Pet.”
 
 
- “Se a Prefeitura quisesse resolveria  parte do problema dos moradores de rua com a reciclagem. Na Praça da Sé ficam uns homens ‘tudo fortão’ sem fazer nada um dia inteiro, à noite vão para o albergue, comem , bebem , dormem e no outro dia estão na rua outra vez .”
 
 
 - “Por que  a Prefeitura não  abre  uma fábrica de cadeiras de garrafas Pet e bota esse pessoal pra trabalhar, ganhar dinheiro? E a própria Prefeitura poderia comprar as cadeiras e pufes para escolas e creches.”
 
- “Já pensou o Prefeito Kassab sentado numa cadeira de garrafa Pet!?.. A cadeira parece um troninho.”
 
 A dona Antônia não para por aí. Está empenhada em abrir até o fim do ano uma loja de produtos  reciclados na garagem da casa dela no Jardim Lucélia.

O Poder do Lixo

O poder do lixo

seg, 02/05/11 por milton.jung | 
 
Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP
Homens vivem do lixo
A melhor resposta para o crônico problema do lixo, seria tirá-lo das ruas com autoridade ,planejamento e determinação. No caso do centro deveria realizar , com urgência, a coleta domiciliar aos sabádos, domingos e feriados . Reafirmo que o maior problema da limpeza urbana na região central está na coleta e não na varrição. Todos os domingos ,uma multidão de homens ultra – pobres são vistos no centro com mãos e cabeças enfiados em sacos pretos rasgados ,em busca de restos de comida. No dia seguinte o cenário é de horror -, inclusive o Palácio Anhangabaú e a Suprefeitura da Sé amanhecem ilhados pelo lixo, o que daria um importante documentário de ecologia urbana – de projeção internacional . Onde o humano se mistura com o além sujeira e a incompetência de gestores públicos que não encontram formas eficientes que resolvam o problema do lixo domiciliar do centro da cidade mais rica do Brasil.
Não podemos esquecer dos mais de 10 mil moradores de rua que vivem largados pelo centro. Uma questão humana que deveria levar a prefeitura à uma profunda reflexão de prioridades… Entre outras medidas , uma assistência de resultados à população de rua, como pensar e colocar em prática um projeto diferenciado de limpeza na região central , pricipalmente com atenção especial à coleta e à reciclagem,geradora de renda para milhares de pessoas. O que poderíamos chamar de gestão solidária do lixo.
Não confundir com a ‘ limpeza’ de agentes municipais , que consiste em acordar todas as manhãs os mendigos de forma – muitas vezes – não apropriada , como se fosse a solução para “a cidade ideal “(…)
Estamos falando da limpeza das empresas concessionárias, que precisam sim de recursos que permitam a modernização dos serviços de limpeza na cidade . Recursos que deveriam ser destinados sem as costumeiras pressões e interferêcias políticas do é” dando que se recebe”. Afinal , nenhuma empreteira deveria ser ou aceitar a ser ‘extensão’ de partidos politicos ou ter o poder de ditar regras na administração pública , o que ocorre com frequência na limpeza e transportes em São Paulo. O poder conferido às duas empresas de coleta do lixo domiciliar na cidade de São Paulo chega a ser perigoso. Insisto : é indecoroso e predatório ao município.
A administração municipal precisará de muita coragem para disciplinar o serviço de coleta em São Paulo.
Um passo importante neste sentido seria os canditatos às eleiçoes municipais não aceitarem recursos financeiros de construtoras a que são ligadas as concessionárias do serviço de limpeza pública (…)