sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Concessionária de lixo de SP cria sua primeira central de triagem


Concessionária de lixo de SP cria sua primeira central de triagem

Presidente da Loga diz que pedido foi da Prefeitura. Defensoria Pública entrou na Justiça com ação para aumentar coleta.
Carolina Iskandarian - Do G1 SP
Lixo em São Paulo Coleta seletiva do lixo em SP é considerada deficiente (Foto: Arquivo/ G1)
 
A Logística Ambiental de São Paulo (Loga), uma das duas concessionárias responsáveis pela coleta do lixo no município de São Paulo, diz estar antecipando a criação de sua primeira central de triagem para selecionar o material que pode ser reaproveitado. De acordo com o presidente da empresa, essa foi uma determinação da Prefeitura por causa da "carência" no setor. A unidade, que será administrada exclusivamente pela concessionária, deve entrar em funcionamento em aproximadamente um mês.
“Recebemos ordem para acelerar alguns processos, como abrir mais espaço para a coleta seletiva”, afirmou Luiz Gonzaga. "Há uma carência nos processos dessas cooperativas. Estamos conversando há 15 dias ", continuou ele, sobre o contato feito com a Prefeitura.
“Estamos nos preparando para manipular mil toneladas por mês. O contrato previa a obrigação de criar cinco centrais de triagem de 1 mil metros quadrados cada uma”, completou Gonzaga. De acordo com ele, no entanto, o espaço só deveria ser entregue a partir do novo ano de concessão e a empresa está chegando ao sétimo.
“Como tem uma demanda maior, a Prefeitura determinou que as concessionárias também façam a triagem desse material que é vendido depois”, explicou Gonzaga.
Na capital, onde são produzidas 17 mil toneladas de lixo por dia (10 mil de lixo domiciliar e 7 mil de lixo hospitalar e de poda de árvore, por exemplo), segundo dados da Secretaria de Serviços, apenas 18 centrais de triagem têm convênio com a administração municipal.
Uma delas só separa o chamado lixo eletrônico, como peças de computador. Nas restantes, o trabalho é de selecionar vidro, papelão, alumínio, plástico, entre outros materiais que possam ser vendidos a empresas ou indústrias.
Gonzaga explicou que a nova central funcionará em caráter temporário em um aterro que foi fechado na Rodovia dos Bandeirantes. Depois de três anos, passará a ser administrada por uma cooperativa.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou não saber sobre o suposto pedido feito à Loga para que antecipasse a criação das centrais de triagem, como informou Luiz Gonzaga.
A Ecourbis, outra concessionária que recolhe o lixo da cidade, também foi procurada durante a semana para comentar sobre a expansão das centrais de triagem e como isso seria feito. No entanto, a assessoria de imprensa da empresa informou na sexta-feira (13) que não havia representante para dar entrevista.
Processo na Justiça 
Dizendo-se preocupada com as questões ambiental e social, a Defensoria Pública de São Paulo e entidades ligadas ao assunto entraram com uma ação civil pública contra a Prefeitura para a criação de mais centrais de triagem. A sentença, da 3ª Vara de Fazenda Pública, saiu em abril deste ano e determina “a implementação progressiva da coleta seletiva em todo o município no prazo de 12 meses”.
Para isso, a Prefeitura, de acordo com a sentença, deve abrir licitação para contratar cooperativas que trabalham nessas centrais ou estender os contratos vigentes, além de fornecer os equipamentos para os cooperados. Em sua decisão, o juiz Luis Fernando Vidal afirmou: "Não é difícil ver que o ritmo de expansão do programa é insuficiente".
“Nosso principal objetivo é expandir a coleta seletiva de forma articulada com as cooperativas de catadores. A ação é para propor essa inserção social e diminuir o impacto ambiental”, afirmou o defensor público Carlos Loureiro. Ele condenou o uso dos caminhões chamados compactadores para recolher esse tipo de material. Neste veículo, o lixo é prensado para suportar mais volume. "O compactador destrói toda a boa vontade de quem separa o lixo. Vai tudo por água abaixo."
Procurada, a Prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que existe um plano para, nos próximos meses (não foi definido o prazo), fazer convênio com mais seis cooperativas. Disse ainda não saber se essa expansão tem a ver com a ação civil pública.
Esperança 
A catadora Guiomar Conceição dos Santos, de 46 anos, vê na sentença do juiz Luis Fernando Vidal a chance de ter a cooperativa onde trabalha conveniada com a Prefeitura. “Precisamos de um lugar. Hoje, somos 42 catadores, mas só 12 conseguem trabalhar porque o espaço é pequeno”, afirmou ela, que trabalha em uma cooperativa no Jabaquara, Zona Sul da capital.
Guiomar também faz parte do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável. 
“A coleta seletiva em São Paulo ainda está bastante deficiente. Nossa maior reivindicação é que a Prefeitura nos dê condições de fazer um trabalho com mais qualidade, cedendo um espaço”, contou Guiomar, que calcula ganhar, em média, R$ 500 por mês catando lixo. Para percorrer as ruas do bairro, ela e os outros cooperados usam uma Saveiro. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sem cooperativas suficientes, lixo reciclável é desperdiçado em SP

Papelão, vidro ou garrafas PET acabam não sendo reaproveitados.


Programa de coleta seletiva não contempla 22 dos 96 distritos de SP.

Carolina Iskandarian Do G1 SP

A secretária Silvana Fuzatto, de 50 anos, faz um trabalho solitário no prédio onde mora, no M'Boi Mirim, Zona Sul de São Paulo. Subsíndica de um dos 27 blocos do condomínio, ela separa o lixo reciclável e vende parte dele a uma cooperativa da região. O dinheiro, diz a secretária, é revertido em melhorias para os moradores dos nove andares do prédio.

Ela é a única a pensar nessa questão, já que o programa de seleção dos resíduos sólidos, como plástico, vidro e papel, foi abandonado pela administração geral do conjunto residencial.

A realidade do Condomínio Parque Residencial M'Boi Mirim é a mesma do bairro inteiro. Segundo informações da Secretaria Municipal de Serviços, 22 dos 96 distritos da capital não são contemplados pelo programa de coleta seletiva. Dez estão na Zona Leste, três na Zona Norte, seis na Zona Sul e três distritos ficam na Zona Oeste.

A Subprefeitura de M'Boi Mirim é uma das regiões onde não há o programa de coleta seletiva. Isso quer dizer que pelas ruas dessa área só passam os caminhões que recolhem o lixo do dia a dia. No caso de onde Silvana vive, os garis retiram as sacolas três vezes por semana.

“O condomínio não tem dinheiro para investir. Teríamos que pagar para um centro de reciclagem vir buscar esse lixo reciclável ou pagar um funcionário nosso que levaria até lá. Seria um prejuízo para o condômino”, explica o síndico do condomínio, Paulo Aleixo. Por dia, os cerca de 3 mil moradores dos 972 apartamentos produzem cem sacos de lixo de cem litros. “Alguns até separam as garrafas, a embalagem da pizza, as latinhas, mas acabam indo para o mesmo saco preto”, admite Aleixo.

Frustração

Silvana lamenta. “É frustrante. Tentei colocar isso na cabeça dos moradores, mas é difícil. Eu faço por uma questão ambiental”, afirma ela, que tem duas lixeiras na cozinha. Uma delas só para os produtos recicláveis. As sacolas do bloco onde a secretária mora são levadas por catadores de uma cooperativa da região.

Dois funcionários do Parque Residencial M'Boi Mirim passam nos 27 blocos diariamente com um carrinho elétrico. Acoplada ao veículo, há uma grande gaiola, onde são deixados os sacos do lixo. Tudo é deixado em uma casinha, que tem porta para a rua. Ali, durante as madrugadas, o caminhão passa e leva os resíduos.

A Prefeitura tem contrato com duas empresas para o recolhimento de 10 mil toneladas de lixo domiciliar que São Paulo produz por dia: a Loga e a Ecourbis. Os caminhões da coleta seletiva passam, normalmente, uma vez por semana, para retirar materiais que servem às centrais de triagem. Ali, cooperativas que mantêm convênio com a administração municipal separam o que pode ser vendido, como latinhas, garrafas PET, vidros, alumínio, entre outros.

Para Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente, a situação decepciona. “Muita gente separa o lixo e fica frustrada porque ele vai direto para o aterro, não é tratado”, afirmou Calderoni, que é autor do livro "Os bilhões perdidos no lixo."

De acordo com ele, um terço das 120 toneladas de lixo reciclável que a Prefeitura diz recolher em 74 distritos é desperdiçado. O prejuízo, que leva em conta o valor do material vendido às empresas recicladoras, seria de R$ 3 milhões ao ano. “As cooperativas não têm capacidade de reciclar tudo. É uma pena.”

Faltam cooperativas

As cooperativas não têm capacidade de reciclar tudo.

"É uma pena".

Sabetai Calderoni, presidente

do Instituto Brasil Ambiente

Especialistas e pessoas que trabalham com os resíduos consideram o problema grave na cidade, já que não há cooperativas suficientes para essa seleção, o que geraria desperdício. Produtos que poderiam ter outro destino acabam jogados em aterros ou lixões a céu aberto.

De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços, são 18 centrais de triagem – uma delas trata apenas do lixo eletrônico (como de peças de computador) e as 17 restantes separam o material que vai para a reciclagem. “Falta cooperativa para dar conta. É insuficiente. Para ficar bom, [São Paulo] deveria ter, no mínimo, mais dez”, opina Sérgio Longo, presidente da Coopere, cooperativa de materiais recicláveis na região central da capital.

Tanto a Loga quanto a Ecourbis informaram que cabe ao Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), vinculado à Secretaria de Serviços, estabelecer, em contrato, a rota dos caminhões que fazem a coleta seletiva. Questionada sobre os 22 distritos que estão fora desse programa, a assessoria de imprensa da Secretaria alega que existem alternativas para que o cidadão descarte seus resíduos recicláveis.

Comunicado

Os moradores da cidade podem procurar a cooperativa mais próxima de sua casa ou levar o material “a um dos 3800 pontos de entrega voluntária presentes em supermercados, condomínios residenciais, comerciais e públicos”, como informa o comunicado da assessoria. O endereço dessas centrais de triagem conveniadas é encontrado na no site da Limpurb.

“Quem organiza esse roteiro (da coleta seletiva) é a Limpurb”, afirma o presidente da Loga, Luiz Gonzaga, que diz recolher 1.700 toneladas de lixo reciclável por mês. A assessoria de imprensa da Ecourbis explica que “os distritos onde a coleta seletiva deve ser realizada foram definidos no edital da concessão e a prerrogativa de fazer alterações é da Prefeitura”.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Discussões Urbanas: Por que a coleta seletiva não avança em São Paulo?

Reportagem: Rodrigo Brancatelli / Infografia: Eduardo Asta - O Estado de S. Paulo
Faz três meses que o caminhão de coleta seletiva não passa na prédio de Márcia Bonfim, médica de 46 anos que religiosamente separa o lixo de seu apartamento no Jaçanã, zona norte. Já na casa do aposentado Roberto Otávio de Freitas, no bairro no Casa Verde, o tal caminhão não é visto desde março. Boa parte o papel, plástico, alumínio e vidro que Márcia, Roberto e centenas de outros paulistanos separam para reciclagem diariamente está indo direto para um aterro sanitário em Caieiras, na região metropolitana, contribuindo ainda mais para os já monumentais problemas ambientais de São Paulo.
Essa é a ponta mais visível e crítica de uma situação que já se arrasta há seis gestões. Implementada primeiramente na Vila Madalena em 1989, a coleta seletiva de materiais recicláveis avançou pouco, muito pouco. Hoje, os problemas parecem não ter fim - moradores não separam, os que separam não limpam o material, os caminhões da Prefeitura são poucos ineficazes, as cooperativas não dão nem conta do montante recolhido, não há agência reguladora muito menos um planejamento integrado, o contrato feito com as empresas de lixo sofreu alterações no cronograma...
Para entender melhor a dimensão de tantos entraves, o Estado conversou com oito especialistas do Brasil e de outros países para apontar os gargalos e propor soluções. Da sua casa até as empresas recicladoras, entende o que está errado e o que é possível fazer para, pelo menos, atenuar o problema.
  "Existem três razões básicas para a população participar de programas de coleta seletiva de resíduos sólidos. Primeiro, quando há um incentivo, financeiro ou não, para que as famílias participem. Os catadores de lixo são um exemplo extremo, porque exercitam coleta seletiva por necessidade. Tipicamente, catadores de lixo contribuem mais para a coleta seletiva do que as prefeituras. Mas o ideal, claro, seria transformar cada domicílio em uma pequena unidade de separação de lixo na fonte. Segundo, quando há um incentivo ético. Isso acontece se as famílias percebem, através de campanhas públicas, a importância da reciclagem para o meio ambiente. E por fim, quando há leis com sanções para famílias que não participem desses programas, como acontece em certos países da Europa e Ásia"

Jonas Rabinovitch - Consultor de Desenvolvimento Urbano da Organização das Nações Unidas (ONU)
"Tratar o lixo é extremamente caro, em qualquer lugar do mundo. Não dá para pensar só no hoje, é preciso pensar no futuro. É preciso investir em tecnologia, como em Paris, que usa incineradores para gerar energia a partir do lixo. Nas cidades alemãs, reciclamos cerca de 25% do lixo, só que temos metas fixadas que apontam um índice de 40% daqui a dez anos. Para isso, a cidade precisa ter uma política integrada. A reciclagem precisa ser feita dentro de um processo integrado, de ponta a ponta. Se o trabalho for feito com cooperativas, é preciso dotá-las de caminhões de coleta, que já venham com contêineres separados para lixo orgânico e lixo seco; criar para elas usinas de reciclagem e pensar em todas as formas de aproveitamento desse lixo. Sem uma política integrada, nenhum investimento gera resultado prático para os moradores"

Wolfgang Hummmel - Diretor de Investimentos da Secretaria de Planejamento Urbano de Berlim
"O principal gargalo no sistema de coletas na cidade hoje é a quantidade insuficiente de centrais de triagem, que selecionam o lixo separado pelos habitantes e vendem o material para as empresas. Só há 16 centrais para toda a cidade, as cooperativas não estão dando conta do lixo que chega. As centrais não têm condições de receber todo o lixo selecionado pelos paulistanos. Aí o que acontece, o lixo reciclável que sobra vão parar nos aterros, misturados ao lixo comum. Não existe hoje melhor política social para ajudar a retirar moradores das ruas do que as cooperativas de triagem. A semente existe, o modelo está aí, mas é preciso investir. Não dá para o caminhão de lixo da Sé ir buscar lixo lá no Ibirapuera, depois ir passando em cada central de triagem para ver quem pode receber o lixo. Cada distrito precisa ter sua central, sua política, cada um com sua particularidade."

Rene Ivo - Fundador da Coopere e coordenador do Grupo de Trabalho da Coleta Seletiva Solidária do Centro Gaspar Garcia
"Se já tivéssemos em cada distrito uma central de triagem, seria melhor. Não evoluímos o quanto deveríamos nesse sistema, e essa é uma responsabilidade do poder público. As centrais estão sendo criadas, vão ser criadas o mais rápido possível. A cada dia produzimos mais lixo e as cooperativas não dão conta. Senão conseguimos que as cooperativas cumpram essa finalidade pela ausência de organização delas, podemos ampliar o serviço com a participação de empresas privadas. Chamamos isso de atuação concorrente. O cooperativismo é uma determinação da lei, mas talvez a lei tenha sido inflexível ao colocar a figura da auto-gestão em relação às cooperativas. Não sou contra o cooperativismo, o terceiro setor é essencial. Os nossos cooperados não tem condição, pela sua formação, pela exclusão social. Esse não pode ser o único modelo. Se ele é falho, precisamos de alternativas, e essa alternativa pode vir sim do setor privado, pela sua capacidade gerencial e produtiva. Sabemos que o sistema está com problemas e estamos tentando resolvê-los. Estamos tomando medidas emergenciais."

Sergio Luis Mendonça Alves - Secretário Adjunto e Diretor do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) e neto de catador
"Nós acolhemos a determinação de um roteiro estabelecido pelo Limpurb, responsável pela limpeza pública de São Paulo, que faz o papel de agência reguladora. Num regime de concessão, onde você não tem o principal, que para mim é uma agência reguladora, a coisa tem que andar devagar mesmo... Nós não gostamos de fazer coleta pegando saquinho preto na rua, gostaríamos de já estar na era dos contêineres. Até dando um passo à frente, fazendo uma coleta diferenciada, até no sentido visual. Mas infelizmente tudo tem um custo. E de onde vem o recurso?"

Luiz Gonzaga Alves Pereira - Presidente da Loga Logística Ambiental, responsável pela coleta de lixo das zonas oeste, norte, centro e parte da leste da cidade

No Link do Jornal O Estado tem os comentários dos leitores, vale a pena ver. 

Prefeituras não incentivam coleta de lixo seletiva adequada

O incentivo das prefeituras e a participação da sociedade para promover a coleta seletiva do lixo beneficiaria catadores de materiais recicláveis, geraria economia aos cofres públicos e reduziria riscos ambientais. A avaliação é parte da conclusão da pesquisa da bióloga Jandira Aureliano de Araújo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Pernambuco.
A bióloga acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem aproximadamente 1,8 mil pessoas. Segundo a pesquisadora, a prática da reciclagem ainda não é suficientemente incentivada no Brasil. Ela acredita que se houvesse o descarte correto do lixo, com a separação do material molhado do seco, o orgânico do inorgânico, e principalmente o papel, o produto revendido pelos catadores teria seu valor comercial aumentado.
"As prefeituras economizariam com o transporte do lixo que sobraria, e a condição ambiental também teria ganhos, porque haveria redução dos casos de leptospirose, em função da proliferação dos roedores, e das enchentes, com o entupimento das galerias", afirma a pesquisadora.
O Brasil, de fato, ainda tem um longo caminho a percorrer no quesito coleta seletiva de lixo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 2% do lixo produzido no País são de fato reciclados e somente em 8% das cidades brasileiras existe algum tipo de coleta seletiva.
Outro problema enfrentado pelos trabalhadores da área é a falta de estrutura para fazer a triagem do material recolhido. Segundo Jandira, é comum os catadores levarem o que coletam para dentro de suas comunidades, expondo outros moradores a riscos de contaminação. Jandira afirma que algumas prefeituras até oferecem núcleos de triagem, mas os catadores reclamam que, em geral, não contam com condições adequadas e acabam tendo que fazer outras atividades no local, como lavar banheiros e cuidar da limpeza.
"Assim, eles preferem levar para suas comunidades o material e em seguida vender diretamente a depósitos, o que têm o inconveniente de pagar menos pelo material", afirma.
Esta matéria é do portal terra. e publicada no JB.